Num rápido
apanhado do livro de Jó percebemos algo que muitas vezes na vida nós também fazemos
BARGANHAR COM DEUS! Basta
percebermos que as coisas não vão bem que começamos a nos lembrar e a lembrar a
Deus nossas boas ações, nosso bom caráter, e como somos cristãos exemplares.
Após Jó se
queixar de seu sofrimento, Deus fala com ele, em meio a tantas lamúrias, Deus
com sua grande misericórdia se fazer ouvir por Jó, que apresentou para Deus
todo o seu gabarito, suas virtudes, e que na verdade já eram conhecidas por Ele.
Deus não
provou a Jó porque era um servo mal, pelo contrário, Deus mostrou a satanás
como Jó era um homem reto, integro temente a Deus e que se desviava do mal (Jó1:1-12). Entretanto se Deus o provou
sabia que ainda havia coisas que Jó só aprenderia por meio do sofrimento. Existem
lições que não aprenderemos se não for por meio do sofrimento, inclusive a não
barganhar com Deus.
Durante o
sofrimento Jó falava como se Deus não tivesse direito de permitir que ele sofresse.
Jó passou a achar que Deus tinha que levar em consideração suas boas obras
antes de tomar qualquer atitude em relação a ele. Uma coisa é não aceitar o que
satanás está fazendo, outra coisa é não aceitar o que Deus está fazendo, e
neste caso se Deus quiser pode até mesmo
usar satanás como instrumento de sua vontade. Quem disse que Deus só usa
cristão?
Deus não está
obrigado a ninguém por causa de nada, Ele não se torna nosso devedor pelo fato
de termos trabalhado a vida toda pelo seu reino, não podemos servi-lo esperando
algo em troca, ou deixar isso guardado como uma “carta na manga” aguardando um momento mais crítico para usá-la.
Quando
cobramos algo a Deus por causa do que já fizemos por ele, pela igreja, pelo
próximo, entre outros argumentos, mostramos que fizemos com a motivação errada,
com a intenção de na primeira oportunidade lançarmos em sua face como somos
bons servos, isso reprova qualquer boa obra que qualquer pessoa tenha feito.
O fato de
sermos bons cristãos não nos dá o direito de acusar de Deus injusto, de
imperfeito, que é o que fazemos quando consideramos que Ele errou em nos
provar, nos tirando um ente querido, nos tirando o emprego, ou permitindo um
problema de saúde. Nossa conduta cristã deve ser um prazer, e não uma moeda a
ser usada para comprar bênçãos em uma espécie de “armazém celestial”.
Se alguém não
recebe a benção tão esperada já começa a duvidar se está valendo a pena crer em
Deus, servir a Deus, entregar o dízimo, ofertar, fazer votos, e doar ofertas
alçadas. Há quem troque de igreja como quem troca de roupa, tentando encontrar
o que? Outro Deus? Outra palavra? Uma que esconda a verdade, mas acaricie o
ego?
Jó se achou
no direito de contender com Deus (Jó
7:1-21), e muitos hoje em dia acreditam que podem colocar Deus contra a
parede, só porque passaram todo o mês sem pecar.
A verdade é
que quanto mais somos provados, mais precisamos ser, porque as provações nos
aperfeiçoam, e para não nos tornarmos arrogantes; na pretensão da perfeição,
precisamos tão logo ser novamente provados, haja vista que Jó reunia boas
qualidades, mas, nem por isso Deus deixou de prová-lo.
Depois de
ouvir todo o queixume de Jó, Deus toma a palavra e mostra a Jó quem é que
realmente pode dizer que fez, e aconteceu. Diante de todas as grandes obras
relatadas por Deus (Jó 39:1-30) Jó se vê insignificante, e percebe que todo seu
gabarito apresentado para Deus, não era nada.
Jó reconhecendo-se
indigno (Jó 40:1-2) arrepende-se de
suas palavras, de sua barganha, e põe-se no seu lugar, antes ele tivesse ficado
calado. Jó chegou a dizer: " Deus me deu e ele mesmo tomou". É ele tem o direito !
Não podemos
anular o juízo de Deus, nem com barganhas, nem com lágrimas, nem com
reclamações, o que Ele decide é o que se fará mesmo contra nossa vontade.
Nessas horas o que devemos fazer é aprender a confiar em Deus no sofrimento, e
não apenas confiar para que ele não chegue o sofrimento, pois este muitas vezes
nos impede de ouvir a voz de Deus, e isso porque focamos o sofrimento em si,
mas se focarmos o porquê ouviremos a voz de Deus a nos ensinar alguma nova
lição, a fim de que sejamos melhores a cada dia para o louvor de sua glória.
Pr. Edmilson P. Fernandes
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