quarta-feira, 14 de março de 2018

O fim do mundo está próximo ? Parte 4

O FIM DO MUNDO ESTÁ PRÓXIMO? Parte 4 -  Por Hermes C. Fernandes

# A Vinda do Filho do Homem

“Pois assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até o ocidente, assim será também a VINDA do Filho do homem. Onde estiver o cadáver, aí se ajuntarão os abutres” (Mt.24:27-28). Ora, se tudo o que Jesus estava predizendo haveria de ocorrer ainda naquela geração, o quê dizer disso, afinal? Jesus não está falando de Sua volta à Terra nesta passagem. Então, de quê vinda está falando? De Sua vinda em juízo sobre Jerusalém.

Em Isaías 19:1 lemos: “O Senhor vem cavalgando numa nuvem ligeira, e VIRÁ ao Egito. Os ídolos do Egito tremem perante a sua face, e o coração dos egípcios se derrete dentro deles.” É claro que o profeta está falando acerca do juízo que Deus traria sobre aquela nação, e não sobre uma vinda literal de Deus cavalgando em uma nuvem. E de quê maneira Deus viria sobre o Egito? No verso 4 diz: “Entregarei os egípcios nas mãos de um senhor duro, e um rei rigoroso os dominará”. Esse rei através do qual Deus viria contra o Egito foi Nabucodonosor. Ezequiel profetizou sobre isso: “Eu levantarei os braços do rei de Babilônia, mas os braços de Faraó cairão. Então saberão que eu sou o Senhor, quando puser a minha espada na mão do rei da Babilônia, e ele a estender sobre a terra do Egito” (Ez.30:25). Assim também, Cristo viria em juízo sobre Jerusalém, na pessoa de Tito, em juízo e destruição.

Tito atacou Jerusalém de forma repentina. Ninguém esperava um ataque tão súbito. Foi semelhante a um relâmpago que sai do oriente e se mostra do ocidente.

E o que dizer da expressão: “Onde estiver o cadáver, aí se ajuntarão os abutres”? Muitos vêem aí uma alusão ao arrebatamento da Igreja. Porém, isto está muito longe do que o Senhor Jesus intentou dizer. Na verdade, trata-se de um provérbio muito popular nos dias de Jesus, cujo significado real é “Onde houver motivos para juízo, aí haverá juízo”. Neste caso, Jerusalém e os judeus seriam os cadáveres que teriam atraído as águias romanas ( Os abutres eram considerados uma espécie de águia ). Isso também é profetizado por Oséias, que diz: “Põe a trombeta à tua boca. Ele vem como a águia contra a casa do Senhor, porque transgrediram a minha aliança, e se rebelaram contra a minha lei” (Os.8:1). Não era por coincidência que a insígnia romana gravada nos escudos e estandartes do seu exército era uma águia.

# Colapso Cósmico

“Logo depois da aflição daqueles dias, o sol escurecerá, a lua não dará a sua luz, as estrelas cairão do firmamento e os corpos celestes serão abalados” (Mt.24:29). Este versículo tem sido usado como base para a crença de que o retorno de Cristo se dará em meio a um colapso universal. Entretanto, precisamos entender estas afirmações à luz de outros textos bíblicos. Trata-se, na verdade, de uma linguagem figurativa. Com a queda do templo, o culto judaico não existira mais. A ordem até então mantida, chegaria ao fim. O sol e a lua apontam para a Lei moral e cerimonial (falamos mais sobre isso em nosso estudo sobre “A Nova Jerusalém”), enquanto que as estrelas correspondem ao povo da antiga aliança, ou seja, os judeus. O Sol e a Lua também tipificam o governo, que por sua vez era exercido através da Lei Mosaica, com os seus mandamentos e rituais. Com a queda do templo, cessaram-se os sacrifícios e o culto judaico.

Quando Deus prometeu que feriria o Egito pela espada de Nabucodonosor, Ele também disse: “Apagando-te eu, cobrirei os céus, e enegrecerei as suas estrelas; encobrirei o sol com uma nuvem, e a lua não deixará resplandecer a sua luz. Todas as brilhantes luzes do céu enegrecerei sobre ti, e trarei trevas sobre a tua terra, diz o Senhor Deus (...) Pois assim diz o Senhor Deus: A espada do rei de Babilônia virá sobre ti” (Ez.32:7-8,11). A destruição do Egito fez com que a ordem estabelecida naquela nação sofresse um colapso. Assim também foi em Jerusalém. A invasão romana provocou uma desordem social sem antecedentes na história daquele povo.

Se o sol realmente vai deixar de dar a sua luz algum dia, como afirmam os literalistas, logo, teremos que admitir que Jesus algum dia vai deixar de ser o Senhor do Universo. E sabe por quê afirmamos isso? Porque está escrito: “Ele permanecerá enquanto durar o sol e a lua, de geração em geração (...) Permaneça o seu nome ETERNAMENTE, que ele continue enquanto o sol durar. Todas as nações serão abençoadas nele, e lhe chamarão bem-aventurado” (Sl.72:5,17 / Última oração feita por Davi).

# O Sinal do Filho do Homem

“Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem, e todos os povos da terra se lamentarão e verão o Filho do homem, vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória” (Mt.24:30).

De quê céu Jesus está falando? Do céu azul que envolve o nosso planeta? Ou será do espaço sideral? Absolutamente. Jesus está falando do céu de glória. Daniel teve uma visão do que seria este acontecimento. Observe bem o que ele diz:

“Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e vi que vinha nas nuvens do céu um como o Filho do homem. Ele se dirigiu ao Ancião de Dias, e o fizeram chegar até ele. Foi-lhe dado o domínio, a honra e o reino; todos os povos, nações e línguas o adoraram. O seu domínio é um domínio eterno, que não passará, e o seu reino o único que não será destruído.” Daniel 7:13-14.

Há realmente um paralelo impressionante entre a visão de Daniel e o sermão profético de Jesus. Ambas as passagens falam de um mesmo evento: a entronização do Filho do homem, Jesus Cristo. O problema é que muitos intérpretes vêem o Filho do homem vindo nas nuvens do céu em direção a terra; e não é isso que vemos ali. Ele vem sobre as nuvens do céu, e Se dirige ao Ancião de Dias, que é Deus Pai, e Este Lhe dá o domínio sobre todas as nações. Logo, não está em foco o retorno visível de Cristo a terra, e sim a Sua ascensão e entronização no céu.

E o quê dizer acerca das tribos da terra se lamentando e vendo o Filho do homem vindo sobre as nuvens do céu?

Primeiro, na ocasião em que Jerusalém foi tomada, já havia se passado cerca de 37 anos desde que Jesus ascendera ao céu. Portanto, Ele já estava entronizado, e reinando soberanamente como Deus e Homem. Entretanto, a destruição de Jerusalém seria o endosso dado por Deus de que Jesus havia recebido o domínio. Por isso, o sinal no céu seria a confirmação daquilo que Daniel havia visto. Talvez esse sinal tenha sido o cometa em forma de espada que pairou durante um ano inteiro sobre Jerusalém. Aquele poderia ser, sem dúvida, o sinal do Filho do Homem. Quanto às tribos da terra, trata-se de uma referência clara às tribos de Israel. Elas se lamentaram por ver a espada de Deus que vinha contra elas.

Em Apocalipse 14, do verso 14 ao 20 lemos:

“Olhei, e vi uma nuvem branca, e assentado sobre a nuvem um semelhante ao FILHO DO HOMEM, tendo na cabeça uma coroa de ouro, e na mão uma foice afiada (como a espada que fora vista por um ano inteiro sobre a cidade). Então outro anjo saiu do templo, clamando com grande voz ao que estava assentado sobre a nuvem: Lança a tua foice e ceifa, porque é chegada a hora de ceifar, pois já a seara da terra está madura. E aquele que estava assentado sobre a nuvem meteu a sua foice à terra, e a terra foi ceifada ( terra aqui refere-se à Jerusalém ). Outro anjo saiu do templo, que está no céu, o qual também tinha uma foice afiada. Ainda outro anjo saiu do altar, o qual tinha poder sobre o fogo, e clamou com grande voz ao que tinha a foice afiada, dizendo: Lança a tua foice afiada, e vindima os cachos da vinha da terra, porque já as suas uvas estão maduras. E o anjo meteu a sua foice à terra e colheu as uvas da vinha da terra, e lançou-as NO GRANDE LAGAR DA IRA DE DEUS. E o lagar foi pisado fora da cidade, e saiu sangue do lagar até aos freios dos cavalos, pelo espaço de mil e seiscentos estádios”.

Quem é que estava sobre a nuvem e que lançava a Sua foice sobre Israel? O Filho do homem. Ele tem o domínio. Foi Ele quem ordenou que se destruísse a cidade que antes era santa, e que agora havia se tornado em uma prostituta. E quanto ao anjo que tinha poder sobre o fogo? Vale lembrar que Jerusalém foi totalmente incendiada. Josefo relata como se iniciou aquele incêndio: “Um soldado, então, sem para isso ter recebido ordem alguma, e sem temer cometer um horrível sacrilégio, mas como levado por INSPIRAÇÃO DIVINA, fez-se levantar por um companheiro e atirou pela janela de ouro, um pedaço de madeira aceso no lugar, pelo qual se ia aos edifícios, ao redor do templo do lado do norte. O fogo ateou-se imediatamente; em tão grande desgraça, os judeus lançavam gritos espantosos” (Livro VI, cap.26: 466).

Outro dado importante que encontra paralelo nesta passagem de Apocalipse é que o sangue derramado nas ruas de Jerusalém era tanto que impedia os cavalos de caminharem. Josefo afirma que a quantidade de sangue competia com o fogo, o que nos faz lembrar da profecia de Joel: “Mostrarei sinais no céu e na terra, sangue e fogo e colunas de fumaça” (Joel 2:30). “O número dos corpos amontoados uns sobre os outros era tão grande que entupia as ruas e o sangue em que nadavam, apagava o fogo em vários lugares” relatou Josefo (Livro VI Cap.42: 494).

De fato, todas as tribos de Israel lamentaram, e isso, por não haverem recebido o Príncipe da Paz.

Ao ser apresentado ao Sinédrio para ser sabatinado, o sumo sacerdote lhe perguntou: “Conjuro-te pelo Deus vivo que nos digas se tu és o Cristo, o Filho de Deus. Respondeu-lhe Jesus: Tu o disseste. Porém vos digo que EM BREVE VEREIS O FILHO DO HOMEM ASSENTADO À DIREITA DO TODO-PODEROSO, E VINDO SOBRE AS NUVENS DO CÉU” (Mt.26:63-64). Jesus estava falando com alguns que ainda estariam vivos quando a Sua foice passasse por Jerusalém. Em outra passagem Ele afirma aos Seus discípulos: “Em verdade vos digo, alguns dos que aqui estão não provarão a morte até que vejam o Filho do homem no seu reino” (Mt.16:28).
Ao verem a espada de Deus vindo sobre a Jerusalém rebelde, os judeus se lamentaram profundamente. Aquele era o sinal de que o Filho do homem que eles haviam rejeitado estava reinando e derramando sobre eles o juízo divino.

# Anjos e Trombetas

“E ele enviará os seus anjos, com grande clangor de trombeta, os quais ajuntarão os seus escolhidos desde os quatro ventos, de uma à outra extremidade dos céus” (Mt.24:31). A palavra traduzida aqui por “anjos” pode ser traduzida por “mensageiros” (angelos). Trata-se da Grande Comissão, que é representada em Apocalipse 14:6 por um “um anjo voando pelo meio do céu, tendo um evangelho eterno para proclamar aos que habitam sobre a terra e a toda nação, e tribo, e língua, e povo”. Nós sabemos que a pregação do evangelho não é e nunca será incumbência de algum ser angelical. Pedro fala sobre isso em sua epístola. Porém, esse anjo representa a Grande Comissão dada por Jesus aos Seus discípulos de todas as eras. Além disso, podemos perceber que na linguagem apocalíptica, cada pastor é chamado de “o anjo da igreja”. Paulo testifica em sua carta aos Gálatas que fora recebido por eles como “um anjo de Deus” (Gl.4:14).

Em 1 Coríntios 14, Paulo, a fim de justificar a sua preferência em falar no seu próprio idioma a falar em línguas espirituais, diz: “Se a trombeta der sonido incerto, quem se preparará para a batalha? Assim também vós. Se com a língua não pronunciardes palavras bem inteligíveis, como se entenderá o que se diz? Estareis como que falando ao ar” (vs.8-9). A pregação do evangelho eterno de Deus corresponde ao clangor de uma trombeta de sonido certo. Quando proclamamos a verdade de Deus, os eleitos se ajuntam. Por isso, ao chegar a Corinto, sentindo-se tímido ante as ameaças dos judeus, Paulo ouviu da boca do Senhor: “Não temas, mas fala, e não te cales. Pois eu sou contigo, e ninguém lançará mão de ti para te fazer mal, porque tenho muito povo nesta cidade” (At.18:9-10).

Onde quer que esta trombeta se faça ouvir, os santos se reunirão, assim como aconteceu com Gideão, que ao tocar a buzina reuniu uma grande multidão para a batalha.

Continua...

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